Com máquinas fotográficas nas mãos e animados com a possibilidade de fotografar à vontade, 12 moradores da Zona Norte da capital colocaram sua criatividade à prova. Durante uma semana, eles registraram o que quiseram na comunidade onde residem. Antes disso, foram orientados por um grupo de profissionais dedicados à arte. Empenhados em produzir um conteúdo diferente do convencional, eles ensinaram e acompanharam a evolução de seus ‘alunos' entre os meses de setembro e outubro deste ano.
O resultado do trabalho dos novos aprendizes de fotógrafos pode ser visto na Sociedade Semear, na exposição coletiva ‘Quem Faz a Foto', que estará em cartaz até o dia 4 de dezembro e tem o apoio da Prefeitura de Aracaju. O projeto contou com a participação de usuários do Centro de Apoio Psicossocial (Caps) Jael Patrício e foi desenvolvido pelo coletivo de fotógrafos Trotamundos, que surgiu no decorrer das oficinas.
"Na elaboração do projeto vimos que estávamos fazendo isso coletivamente, então resolvemos formalizar a idéia", conta o integrante do Trotamundos, Zak Moreira. Além dele, os fotógrafos Alejandro Zambrana, Daniely Clarisa, Danilo Bandeira e Marcelinho Hora também abraçaram a causa. "Sempre fomos interessados em fotografar a cidade, mas percebemos que poderíamos fugir dos cartões postais tradicionais", destaca Zak.
Como trabalha no Hospital Universitário, Zak aproveitou essa proximidade para ter acesso à comunidade da Zona Norte. Outro ‘gancho' foi o ambiente de trabalho de sua esposa, que é funcionária do próprio Caps Jael Patrício. "A partir desse link com o pessoal do Caps começamos a entrar e fotografar a partir dos olhares das pessoas que moram por lá", afirma o fotógrafo, antecipando que o grupo pretende dar continuidade às produções fotográficas coletivas.
Em cartaz desde o último dia 16, as fotos da exposição foram selecionadas de forma coletiva, com a participação de todas as pessoas envolvidas. "Todos participaram. Além disso, na abertura fizemos questão de trazê-los e o mais legal foi que eles ficaram bem à vontade; trataram aquele momento como um prolongamento da oficina", salienta Marcelinho Hora.